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ARTIGOS FEPAAE
CONJUNTURA ECONÔMICA E O ENSINO PRIVADO NO BRASIL
Na instável conjuntura econômica brasileira dos últimos anos, se aprofunda o processo recessivo com ajuste fiscal, resultando em cenário de inflação em ascensão, alto desemprego, baixo crescimento do PIB e queda significativa da renda dos trabalhadores.
A “crise de confiança” com a perda do “grau de investimento” potencializou a retomada de uma agenda de política econômica conservadora ortodoxa. Diante de uma crise econômica potencializada pela fragilidade política do Governo Dilma Rousseff, o desajuste ideológico restringe as condições materiais e existenciais de todos os trabalhadores. A fase de prosperidade e emergência cede lugar para austeridade e decadência da economia brasileira, resultado de mais uma crise cíclica do capitalismo.
O custo social da crise econômica e de governabilidade será endereçado para a aviltada classe trabalhadora brasileira em todos os setores. Por outro lado, alguns setores econômicos se beneficiarão da crise fiscal do Estado brasileiro, fruto da incapacidade de investimento nos setores básicos para atendimento das necessidades sistêmicas, para capitalistas e trabalhadores, tais como: educação, saúde, segurança e infraestrutura. A mercantilização desses setores é visível, com ênfase no crescimento do ensino privado, fenômeno destacado no Brasil contemporâneo.
O processo de formação de grandes conglomerados educacionais, notadamente no ensino superior, se espraia por todos os níveis educacionais, com aporte e transferências de recursos públicos, benefícios e incentivos, dada a fragilização da oferta do ensino público e gratuito. A universalização do acesso ao mercado de trabalho, tem um aspecto contraditório - a precarização das condições de trabalho com a substantiva redução na qualidade da educação, enquanto mercadoria.
Eis o legado da conjuntura de crise que exigirá da classe trabalhadora e do movimento sindical um novo protagonismo político.
Por: Eduardo Guerini
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