DESVALORIZAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE. UMA DAS RAZÕES PARA QUE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NÃO RECOMENDEM SUA PROFISSÃO, SEGUNDO PESQUISA DO IBOPE INTELIGÊNCIA
Metade dos professores brasileiros não recomenda a carreira docente aos mais jovens por considerá-la desvalorizada. Esse é, sem dúvida, um dos principais resultados da pesquisa “Profissão Docente”, iniciativa do Todos pela Educação e do Itaú Social, realizada pelo Ibope Inteligência, conforme divulgado em 30 de julho.
Dos entrevistados ─2160 professores da educação básica das redes municipais e estaduais e da rede privada de todo o Brasil ─ 49% não recomendariam a profissão. E a desvalorização da carreira logo se destaca como uma das causas principais, ao lado de outras razões negativas como a má remuneração do professor.
Quanto ao nível de satisfação com a escolha da profissão, a pesquisa revelou que 33% se mostraram totalmente insatisfeitos e 21% totalmente satisfeitos; embora tenha sido evidenciado que a maioria dos professores entrevistados escolheu a carreira de modo consciente, pela possibilidade de ensinar.
Outro resultado apontado é que a maior parte dos professores reconhece a importância de a Secretaria de Educação oferecer programas de educação continuada (76%) e 59% não acreditam que a secretaria está efetivamente preocupada com a melhoria da aprendizagem dos alunos; 63% afirmam que a secretaria não dá continuidade a bons programas e 66% acreditam que os programas não são alinhados às realidades das escolas.
Na ótica da presidente executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscilla Cruz, a pesquisa mostra desafios factíveis para valorizar o docente a curto e médio prazo; e para isso “é imprescindível que a educação seja, de fato, prioridade na gestão e que o professor seja visto como ator central de um projeto de educação”.
Sabemos quão importante é a profissão de um educador que além de transmitir conhecimentos, tem também a grande e difícil missão de ajudar a formar o caráter dos jovens. Portanto, lamentamos que o Brasil ainda esteja no rol dos países onde essa não é uma profissão tão valorizada quanto deveria, inclusive com salário que está entre os mais baixos do mundo.
Por Maria Augusta