ECONOMIA
Por EDUARDO GUERINI
Pessimistas ou Otimistas de Plantão no Turbulento Ano de 2016
Na disputa irrefreável para retirar o Brasil da crise, o governo federal insiste na fórmula polarizada de rotular “pessimistas de plantão” contra “otimistas de plantão”. O resultado é que os agentes econômicos são categóricos, continuaremos descendo a ladeira na falta de protagonismo dos governantes e lideranças políticas que apontem um norte para sociedade brasileira.
O início de 2016 poderia marcar uma inflexão em termos econômicos e políticos para sociedade brasileira. Porém, na mensagem encaminhada para os brasileiros no final do ano, em virtude das sucessivas vaias e manifestos em cada aparição da Presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional, demonstram que o governo federal e seus principais articuladores continuam negando a realidade dos fatos expostos durante todo ano de 2015, existe uma crise de confiança generalizada que trava investimento, produção e consumo.
Na tentativa de se isentar de responsabilidades, apesar de reconhecer a gravidade da crise, o corolário desenhado na mensagem da Presidência da República indica que, a “crise política” é potencializada por uma oposição que não soube respeitar os resultados das urnas, e, causa obstáculos para uma agenda que retire o Brasil da paralisia geral que tomou conta, e, substancialmente, recrudesce a crise econômica.
Na falta de uma agenda que ultrapasse o antigo e surrado modelo de “ajuste fiscal”, novamente o lulo-petismo e o Governo Federal continuam mascarando a realidade trágica dos resultados econômicos-sociais de 2015, intitulando os críticos de “pessimistas de plantão”, e, no ufanismo da força de superação tratou de lançar mão do velho enredo que otimismo vence a crise. Em cada divulgação semanal do Relatório Focus os agentes econômicos trataram de destroçar a leitura distorcida dos principais gestores da economia nacional. Os otimistas e adeptos do governismo infantil foram nocauteados, o Produto Interno Bruto apresentou contração próxima de 4%, um resultado negativo jamais esperado. Os mais pessimistas não conseguiram chegar próximo da bancarrota econômica e do desastre social desdenhada pela Presidência da República e seus Ministros.
O ajuste fiscal apontando como única alternativa para salvaguardar uma situação econômica crítica é sintomático. A elevação do desemprego aberto, na ordem de 9% (em ascensão), um corte de aproximadamente 2, 5 milhões de empregos, principalmente no setor secundário (ramo industrial) e setor de serviços (comércio e serviços em geral). queda na renda média do trabalhador, e, corte de direitos sociais , com proposta de nova reforma da previdência , cuja principal meta é o aumento da idade mínima de aposentadoria. Enquanto os direitos dos trabalhadores são reduzidos, o capital financeiro-rentista, foi brindado com a soma astronômica de R$ 500 bilhões de reais.
Para contemplar o enredo do turbulento ano de 2016, a crise política causada pelos sucessivos escândalos de corrupção, o governo admitiu que os partidos do consórcio governamental se lambuzaram no tráfico de influência e desvios de recursos de estatais para locupletação de grandes empresas financiadoras de campanhas corrompidas e degeneradas. Na falta de perspectiva, a tarefa histórica do movimento sindical é reverter um cenário tão lúgubre e perverso para a classe trabalhadora brasileira que está além de visões pessimistas e otimistas, é hora de protagonismo e ação orquestrada, caso contrário, já sabemos sobre quem recairá o custo do ajuste econômico proposto por um governo enfraquecido!!!