ECONOMIA
Por EDUARDO GUERINI
Pobretariado Endividado com a corda do FGTS no Pescoço
Na falta de uma projeto de desenvolvimento com crescimento econômico e distribuição de renda, os trabalhadores continuarão reféns da pindaíba provocada por juros escorchantes, desemprego crescente, queda no poder aquisitivo e na renda. Diante da fraqueza institucional do governo Dilma, o crepúsculo do petismo, a perda dos direitos é inexorável.
A divulgação de mais um dado negativo na flutuação do emprego formal no Brasil, no período de janeiro à dezembro de 2015, desmascarou o estelionato eleitoral do Governo Dilma Rousseff. O fechamento totalizou mais de 1,5 milhão de vagas no exército de trabalhadores (-3,74%), com fechamento majoritário na Indústria (-608.878), Construção Civil (-416.959), Serviços (-276.054), Comércio (-218.650), com saldo positivo na Agropecuária de apenas 9.821 postos de trabalho.
A debilidade político-institucional derivada do estelionato eleitoral, a conversão do programa neo-desenvolvimentista com farto endividamento público e crédito fácil, proporcionou pífios resultados no crescimento econômico, com projeção dos agentes econômicos que traduz o grau de estagnação no intervalo entre -3,5% a 4% no ano de 2015. Ainda que, todos os relatórios do Banco Central, dos agentes econômicos e organismos multilaterais apontavam para o desastre produzido pela lógica do petismo em suas políticas anticíclicas, resultantes de um keynesianismo bastardo que aprofundou a crise brasileira em patamares jamais vistos nas últimas décadas.
No ramerrão do ajuste fiscal proposto no segundo mandato de Dilma Rousseff, o cadáver insepulto do lulopetismo consumou a oferta de contas vinculadas dos trabalhadores para nova farra do sistema financeiro nacional, com ganhos sugestivos diante de outros setores da economia nacional.
A tentativa de formação de uma agenda positiva foi encarada como mais um ensaio de marketing eleitoreiro para mostrar a modesta ação governamental diante da “crise de confiança” no cenário de incertezas que se alastraram para além de 2017. O troféu oferecido pela degenerada e corrompida aliança governamental foi novamente um corolário de reformas que retiram os minguados direitos dos trabalhadores, como por exemplo, a famigerada Reforma da Previdência – aumentando a idade mínima.
No cerimonial da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), composto por 92 personalidades de amplos setores sociais, inclusive sindicalistas, o Ministro da Fazenda hipotecou a segurança financeira para os Bancos continuarem usurpando o carcomido saldo dos trabalhadores no FGTS, supostamente para destravar o crédito e ativar a demanda. O risível desta pantomima é que um banqueiro foi o orador de todas as personalidades, resumindo a situação catastrófica que todos sentem na conjuntura atual: “Na recessão todo mundo perde” !!!
Neste enredo pré-carnavalesco que oficializou o holocausto dos direitos da classe trabalhadora e do FGTS para especulação financeira sem fim, nenhum sindicalista teve a ousadia de levantar “braço forte e dar um brado retumbante”.
Para o movimento sindical restará um fio de esperança quando o “pobretariado superendividado” e desempregado levantar-se e exigir uma “pá de cal” para enterrar traidores, acovardados e acumpliciados no insepulto cadáver do lulopetismo.