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ECONOMIA Por EDUARDO GUERINI
Imanente Sobressalto
Non ridere, non lugere, neque detestari, sed intelligere! Spinoza
Não rir, não lamentar, nem amaldiçoar, mas compreender!
No esteio da Greve Geral do final de abril de 2017, as centrais sindicais, federações e sindicatos, uniram-se na vitoriosa paralisação que alertou a população brasileira para a tirania governamental que enseja alterar a atual estrutural das relações entre empresários e trabalhadores, na famigerada Reforma Trabalhista, e, no desmantelamento da seguridade social, na Reforma da Previdenciária.
A mídia e setores governistas trataram de minimizar os impactos gerados por mais essa jornada em prol da defesa dos direitos, e, por extensão das conquistas para cidadania brasileira. A crise econômica e social, deixou os trabalhadores sem horizonte. Sem rodeios os comentaristas “chapa branca”, os meios de comunicação – jornais e telejornais, rádio e televisão em matérias cotidianas tratam de gerar opiniões públicas, em claro desrespeito a opinião pública e consciência política dos brasileiros.
Porém, o governo Michel Temer afundando no lodaçal da corrupção, tratou de usar a velha estratégia de governantes medíocres, utilizando da cooptação de parlamentares via cargos em escalões da máquina pública federal, causando estranheza naquele espectador mais atento. Como um governo que o tempo todo aponta para o problema da crise fiscal do Estado brasileiro, continua usando do verbas e cargos públicos para aliciar parlamentares sem lastro ético? Com o colapso do sistema político e representação parlamentar não seria momento para propor reformas profundas?
As pesquisas publicadas durante o final de semana posterior a Greve Geral indicam uma rejeição majoritária da população para as reformas em curso, um crescente pessimismo e queda do otimismo do brasileiro, embora, o Presidente Temer em evento em São Paulo, com a desfaçatez que lhe cabe – diz que o brasileiro naturalmente é otimista, que nesta crise é hora de trabalhar. Pena que, o governante mais rejeitado na última sondagem, com apenas 9% de aprovação, não consiga olhar para realidade, somos uma nação de desempregados!
Noutra sondagem realizada pelo cientista político José Álvaro Moisés (USP), em pesquisa sobre a crise profunda que vivenciamos no Brasil, descobre que 90% dos cidadãos não se sentem representados, 95% sentem uma crise de projeto de nação, 92% acreditam que todos, ou quase todos os políticos, são ladrões, 80% são incapazes de apontar o nome de um político, capaz de tirar o Brasil dessa situação. Um abismo entre representantes e representados, traduzindo as dificuldades do movimento sindical diante da velocidade das reformas desestruturantes do pacto social mínimo que havia sido construído na Constituição Cidadã de 1988. Para os trabalhadores e o movimento paredista neste final de abril, foi um clamor no deserto, frente a muralha midiática que ofusca a oposição as reformas desestruturantes no Brasil.
Neste revigorar das forças vivas e produtivas da sociedade brasileira, é chegada a hora das centrais sindicais unirem forças proporcionando um imanente sobressalto para superar governos medíocres, corruptos e fisiológicos, que há muito, se afastaram do interesse público, evidenciado nas pesquisas que reprovam as reformas em curso, o governo Temer e sua classe política.
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